
O Museu do Pão, sediado em Seia na Quinta Fonte do Marrão, é um museu privado que pretende recolher, preservar e exibir os objetos e o património do pão português nas suas vertentes: etnográfica, política, social, histórica, religiosa e artística.
O projecto do Museu do Pão remonta a 1996, surgindo na sequência de sinergias criadas entre historiadores, empresários e docentes. Desde esse ano de 1996 e até à sua abertura, a 26 de Setembro de 2002, procedeu-se à recolha do espólio, seja através de compra em antiquários, alfarrabistas e leilões, seja através de doações.
Entretanto a recolha de espólio continua sempre, na medida em que se pretende a constante renovação do Museu, condição indispensável para a plena prossecução dos seus objectivos.
O espaço do Museu resultou da reconstrução e ampliação de um edifício pré-existente, e nos longos trabalhos da mesma utilizaram-se materiais típicos da região, como a madeira e a pedra, de molde a integrar plenamente o imóvel na paisagem serrana envolvente.
O resultado foi um complexo museológico com mais de 3.500 m2 de área coberta, constituindo-se assim este Museu do Pão como um dos maiores, senão o maior, Museu do Pão em todo o mundo.
A Sala do Ciclo do Pão pretende reconstituir o antigo ciclo tradicional do pão português através de catorze painéis ilustrados, a que se juntam as alfaias e os utensílios retratadas em cada painel. Assim, aqui surgem os espaços da produção do pão, seus trabalhos e momentos.
Para além dos catorze painéis, nesta sala recria-se ainda uma antiga padaria portuguesa com a utilização de modelos em tamanho real, podendo observar-se também três moinhos em contínua laboração, cujo som ainda mais nos remete para um passado tão perto e, contudo, já tão distante
Nesta sala expõem-se uma série de objetos artísticos que têm inspiração no pão, nas suas alfaias, tradições e labores: azulejaria, vidro, arte sacra, madeira, postais antigos, diplomas, calendários, iconografia, cerâmica, prata, etc... É assim toda uma tradição multissecular da arte nacional que se recria neste espaço.
É também de salientar os quadros do pintor português Velhô dedicados ao pão, nos quais a cor do artista devolve à terra a sua poesia.
Nesta sala reconstitui-se a história do pão em Portugal desde a Restauração da Independência (1640) até à Restauração da Democracia (1974). São cerca de 300 anos de História reproduzida em centenas de documentos originais dos mais variados tipos e géneros.
Ainda nesta sala se observa a simbologia do pão na religião, mediante a exposição dos objetos religiosos associados ao cristianismo e ao judaísmo, que são as únicas das grandes religiões nas quais o pão tem uma conotação sagrada.
O Espaço Temático é o local dedicado aos visitantes mais novos. É uma sala didática e de encantamento, um lugar de cultura e de mito. Aqui se encontram os gnomos da tribo dos Hérmios, protetores dos primeiros habitantes dos Montes Hermínios, que nos levarão a uma viagem imaginária e mitificada ao passado do pão.
Um espaço onde História e lenda se cruzam, onde o passado revive através da magia dos sentidos e onde o pão passa pelos nossos olhos e pelas nossas mãos…